Espaço Relacional e Direito à Cidade - Laboratório Experimental da Cova da Moura (2013-2014)

Instituição proponente | Faculdade de Arquitetura da Universidade de Lisboa
Parceiro (informal) | Comissão de Bairro do Alto da Cova da Moura

Investigadora responsável | Júlia Carolino (antropóloga)

Outros investigadores | Joana Lages (arquiteta), Isabel Raposo (arquiteta-urbanista), Ana Valente (arquiteta; doutoranda em urbanismo na FAUL), Inês Veiga (designer; doutoranda na FA-UL), Teresa Sá (socióloga).

Outros colaboradores | Sofia Borges (artista visual), Joana Braga (arquiteta; doutoranda no ISCTE-IUL ), Alessandro Colombo (urbanista), Nádia Fernandes (arquiteta), Walter Fortes (técnico de audio-visual\ACMJ), Celso Lopes (técnico de audio-visual\ACMJ), Arménio Santos (perito-experiência\ACMJ), Associação Cultural Moinho da Juventude (ACMJ)

consultores | Eric Hirsch (antropólogo), Danny Wildemeersch (pedagogo social e intercultural).

Financiamento | Fundação para a Ciência e Tecnologia
Data de início | Abril de 2013
Data de conclusão | Junho de 2014

Resumo
Pesquisa exploratória de curta duração (12 meses), desenhada com o intuito de contribuir para um melhor entendimento da natureza e potencial transformador da noção de Direito à Cidade de Lefebvre, na forma concreta em que a mesma se manifesta nas actividades levadas a cabo por actores sociais específicos, envolvidos na luta pela definição das transformações dos seus territórios. A pesquisa equaciona e ensaia novas formas de articulação entre o saber académico e as iniciativas de outros actores sociais, como modo de vencer a distância entre a problematização relativamente abstracta do direito à cidade enquanto o direito de nos transformarmos a nós mesmo transformando o nosso território, e as acções concretas levadas a cabo em territórios específicos. O projecto envolve-se experimentalmente com a questão da qualificação urbanística de uma área de génese ilegal da Grande Lisboa, o Bairro da Cova da Moura, e equaciona o potencial das abordagens relacionais do espaço e da pesquisa multidisciplinar (envolvendo a antropologia, arquitectura e urbanismo) para a formulação de alternativas às concepções do espaço, lugar e processo social que informam as políticas neoliberais em geral e a agenda da qualificação da Cova da Moura em particular. Tendo em mente estes objectivos, o projecto inclui duas dimensões principais de trabalho. Por um lado, a mobilização do corpo de saberes originário nas concepções do espaço como algo de relacional e na etnografia da co-produção do espaço e pessoas para pesquisa incidindo sobre as dinâmicas de apropriação socio-espacial do bairro. Adicionalmente, a ponderação de até que ponto os saberes gerados por esta pesquisa podem contribuir para a formulação de propostas de intervenção socio-espacial que façam justiça à forma como o bairro é objecto de interesse para os seus habitantes. Por outro lado, a pesquisa propõe-se explorar alternativas válidas à tecnicização da intervenção pública, através do lançamento de um laboratório local e de formas partilhadas de planeamento em torno de actividades concebidas com as instituições do bairro (no contexto de investigações de pos-graduação e pós-doutoramento já em curso). Esta dimensão do projecto tem como peça central a co-construção de parâmetros e ferramentas de avaliação e monitorização das actividades desenvolvidas no âmbito do projecto (seminários e workshops com os habitantes) que mobilizem ideias e idiomas significativos para os interlocutores locais envolvidos, a par da promoção de trocas entre investigadores, estudantes, técnicos e os habitantes e instituições do bairro.

palavras chave | direito à cidade, espaço relacional, território de génese ilegal, qualificação urbanística